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Da Escravidão Mental à Liberdade: de Vendedora a Empreendedora na Estética

Durante muitos anos, trabalhei como vendedora em lojas de roupas. Embora atuasse em estabelecimentos bacanas e respeitados, ganhando um salário considerável para a época, não me sentia feliz.

As cargas horárias exaustivas, a falta de perspectiva de crescimento e a ausência de reconhecimento eram fatores que ardiam dentro de mim.

+ Estética e Vendas: Uma Combinação Poderosa

Pesadelo em uma Multinacional: Abusos e Medo Constante

Uma das empresas em que trabalhei, uma multinacional famosa que era o sonho de toda vendedora em meados de 2006, foi uma das experiências mais traumatizantes. As vendedoras, e não apenas elas, sofriam abusos psicológicos, ameaças de demissão e outras situações que nos mantinham sempre com medo de perder aquele “emprego tão maravilhoso”. Falavam constantemente: “Se você sair daqui, nunca conseguirá nada melhor”.

Além disso, não podíamos levar um lanche, pois, na época, um dos shoppings mais elitizados do Brasil sequer possuía refeitório para nós. Recebíamos apenas R$ 5 de vale refeição, valor que mal cobria um café com pão de queijo ou um McChicken Junior.

Muitas vezes, recorria a dois pacotinhos de Club Social e um toddynho, pois eram opções que não exalavam cheiro e eu podia consumir escondida no banheiro.

A alimentação precária, associada à pressão psicológica e à sobrecarga de trabalho, resultaram no meu primeiro burnout e em diversos problemas de saúde que ainda hoje me custam contar.

Me libertando da escravidão mental

Nesse percurso, aprendi que a escravidão mental é tão perigosa quanto a física. A diferença é que na escravidão mental, você não consegue ver as correntes, e se sente errada, incapaz, insuficiente. Quando decidi deixar essa empresa e percebi que tinha outras oportunidades, prometi a mim mesma: nunca mais permitirei ser escravizada.

O processo para mudar de profissão foi longo, doloroso, e nem tudo foram flores. No entanto, essas experiências me fizeram compreender que eu tinha potencial. Em 14 anos na estética, também não foi tudo perfeito. Mas empreender e saber vender me tornaram dona de mim mesma, e isso não tem preço.

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